Por Karina Coradini Linhares

Alimentação: você crê em tudo que lê?

Diariamente somos bombardeados de informações sobre alimentação e nutrição, estas são divulgadas cada vez mais nas redes sociais, blogs, sites, jornais, revistas e televisão. Na sua maioria, informações pouco qualificadas e com baixo nível de evidência científica (geralmente para perder peso ou “melhorar” a saúde). Estas informações podem levar a mudanças desnecessárias na alimentação, sem a preocupação com os possíveis efeitos prejudiciais ao organismo.


Essas promessas divulgadas como “milagrosas”, por vezes passam uma ideia de que consumir determinado alimento será suficiente para alcançar o objeto do corpo ideal. Porém, sabemos que não existe um único alimento que supra todas as nossas necessidades. Alguns apresentam propriedades que contribuem para melhorar a saúde ou trazer efeitos desejáveis, mas nenhum alimento sozinho consegue fornecer todos os nutrientes para uma vida saudável e muito menos levar a uma redução de peso definitiva.


Brasileiros são expostos todos os dias a várias estratégias utilizadas pelas indústrias de alimentos na divulgação dos seus produtos. Segundo o Guia Alimentar para a População Brasileira, publicado pelo Ministério da Saúde em 2014, mais de dois terços das propagandas sobre alimentos na televisão se referem a produtos ultraprocessados.


Mesmo que muitas pessoas procurem um profissional de saúde para esclarecer suas dúvidas, outras tantas buscam uma solução rápida, sem fazer nenhuma reflexão sobre as informações veiculadas. Muitas vezes as promessas são passadas de forma tão convincente, que levam as pessoas a adotar tais estratégias.


Seria importante que as pessoas realizassem uma análise crítica sobre o que pretendem consumir ou adotar como prática saudável. Alguns questionamentos podem contribuir para esta reflexão, como por exemplo: “Essa recomendação está de acordo com a minha rotina?”; “Será sustentável a longo prazo?”; “Poderá prejudicar minha saúde?”; “Proporcionará os benefícios que desejo?”.


Reflexões como estas auxiliam a ponderar sobre a qualidade das informações que recebemos diariamente. Somos bombardeados por conteúdos sem nenhum fundamento científico e esclarecer essas questões de forma adequada à realidade, respeitando as nossas condições sociais e culturais, torna-se fundamental para alcançarmos a qualidade de vida tão desejada por todos.


Por fim, o que de real existe, é que somente uma alimentação variada, baseada em alimentos in natura e minimamente processados, adequada em qualidade e quantidade e que respeite nossa rotina irá de fato beneficiar a nossa saúde de forma eficiente.


Então, vamos FILTRAR as informações que chegam diariamente em nossas mãos e procurar esclarecer as dúvidas com profissionais de saúde qualificados que orientem este processo de busca de qualidade de vida por meio da alimentação!

Karina Coradini Linhares
Nutricionista e sócia-proprietária da Clínica Bio Light, desde 1998.

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